Nesta segunda-feira (12), funcionários da Vale, que já prestaram depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da barragem de Brumadinho, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), devem ser ouvidos novamente. Também foram reconvocados investigados que se negaram a comparecer em reuniões anteriores e conseguiram na Justiça habeas corpus para amparar a decisão.
No caso dos funcionários que já prestaram depoimentos, eles foram chamados a retornar porque, com o avanço das investigações, os deputados acreditam que ficaram evidentes algumas inconsistências nos primeiros depoimentos de tais funcionários. Assim, para reunião, marcada para começar às 14h30, no Plenarinho IV, serão realizadas as novas oitivas de Cristina Malheiros, Cesar Grandchamp, Renzo Albieri e Artur Ribeiro Bastos.
Todos eles são funcionários da Vale, mineradora responsável pelo rompimento da barragem em janeiro deste ano, quando quase 300 pessoas foram mortas.
Eles foram ouvidos, em sua primeira convocação, na condição de investigados e negaram ter qualquer informação anterior à tragédia que pudesse ajudar a prevê-la. Essas negações, porém, foram colocadas em cheque por depoimentos posteriores de outros funcionários, a maioria subordinada aos investigados na estrutura hierárquica da Vale.
Esses empregados falaram à CPI sobre vários alertas que já indicavam os riscos e afirmaram que seus superiores foram informados sobre as anormalidades.
Os parlamentares, assim, marcaram anteriormente uma acareação, na qual tais funcionários seriam confrontados com os investigados para averiguar a consistência dos relatos. Entretanto, nessa acareação, Cristina Malheiros, Cesar Grandchamp, Renzo Albieri e Artur Ribeiro Bastos não compareceram. Agora, eles foram reconvocados, também na tentativa de confrontá-los com os fatos que depois chegaram ao conhecimento dos parlamentares.
Foram convocados, ainda para a reunião desta segunda-feira, mais dois investigados. O primeiro também é funcionário da Vale, Marco Antônio Conegundes, e o segundo é Denis Rafael Valentim, funcionário da consultoria Tüv Süd, que fez análises sobre a estabilidade da barragem. Também não é a primeira vez que eles são convocados, mas ao contrário dos outros, eles ainda não chegaram a ser ouvidos, já que conseguiram na Justiça o direito de não comparecer.
Os habeas corpus concedidos a eles diziam respeito apenas à primeira convocação, por isso os deputados resolveram repetir a convocação. Ainda não se sabe se eles tentarão novamente a liberação por via judicial.