Na manhã desta segunda-feira (12), em uma investigação que busca combater os crimes de falsidade eleitoral e lavagem de dinheiro, o ex-governador Fernando Pimentel (PT) é alvo de nova operação da Polícia Federal. Os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 32ª Zona Eleitoral, em Belo Horizonte, em um prédio na Região da Serra, onde ficam a casa e o escritório do petista.
Batizada de Monograma, a operação, que é um desdobramento da Acrônimo, ocorre duas semanas depois de Pimentel e o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, prestarem depoimento no Fórum Laffayete, em audiência do processo que apura a prática de caixa dois na campanha do petista ao governo de Minas, em 2014.
As buscas desta manhã, segundo a PF, foram autorizadas diante de fatos apurados nas fases 2 e 9 da Operação Acrônimo, deflagrada em 2015. Segundo a investigação, empresas de consultoria teriam sido usadas para o recebimento de mais de R$ 3 milhões em vantagens ilícitas, por meio da simulação de prestação de serviços .
Delação premiada
As provas, ainda segundo a polícia, foram corroboradas por delação premiada e indicam que os valores recebidos “decorreram de atuação de agente político em benefício de negócios de empresa brasileira no Uruguai”.
Pimentel e Bené, no último dia 30 de julho, prestaram depoimento para a juíza Luísa Peixôto, em audiência reservada, e não deram entrevistas. Na audiência, o petista falou por quase meia hora e negou todas as acusações. Na saída, afirmou que tudo que tinha a dizer está no processo.
Já Bené reafirmou o que já havia dito à PF durante o inquérito. O processo tramitava no Superior Tribunal de Justiça e foi remetido à primeira instância com o fim do mandato de governador do petista, em 2018.
Defesa
O advogado Eugênio Pacelli, que faz a defesa do ex-governador Fernando Pimentel, em nota, criticou a nova operação da PF. O mesmo informou que: "Estranhamos a medida, que se refere aos fatos de 2014. E a Operação Acrônimo já adotou todas as medidas possíveis. Estamos contribuindo, colocando tudo à disposição, apesar do excesso que carateriza essa busca e apreensão".