Devem ser convocados para uma reunião, que irá discutir o possível retorno aos imóveis, os moradores das comunidades evacuadas por risco de rompimento da barragem Vargem Grande, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso porque a mineradora Vale anunciou, na manhã da última quarta-feira (05), que o nível de emergência da estrutura foi reduzido de 2 para 1. Além disso, o monitoramento do trecho da BR-356 que poderia ser atingido pelos rejeitos.
A Barragem Vargem Grande entrou no nível 2 (anomalias não controladas) da escala de risco em 20 fevereiro, quando a Vale acionou o Plano de Ação de Emergência de Barragens (PAEBM) da represa. A mineradora justifica a ação com a “falta de parâmetros para avaliação de deformações apontadas no sistema de monitoramento por inclinômetros.” Desde então, a empresa retirou 51 pessoas do condomínio Solar da Lagoa e das vilas "A" e Codornas da empresa AngloGold Ashanti.
As medidas tomadas para que o risco fosse reduzido foram listadas pela Vale. A mineradora por meio de nota à imprensa, informou que: “A mudança no status é fruto de uma série de melhorias que a Vale vem implantando na estrutura desde janeiro deste ano, como o rebaixamento do nível de água do reservatório; limpeza dos canais de drenagem e estudos de sensibilidade junto à empresa auditora para avaliação do impacto do rebaixamento do nível d'água na estabilidade da barragem. Foi feita ainda uma detalhada avaliação técnica das deformações apresentadas no sistema de monitoramento por inclinômetros (instrumentos instalados em furos de sondagem para medição de deformações). A expectativa é de que, com a continuidade dessas ações, a estrutura seja totalmente retirada da condição de alerta”.
De acordo com os mapas da mineradora, em caso de rompimento da barragem, a mancha de rejeitos cairia ao lado da BR-356, na Lagoa das Codornas, e seguiria encaixada por esse vale na direção dos condomínios de Nova Lima. Depois entraria perto do Capitão do Mato, Condomínio Miguelão e desembocaria no Rio do Peixe. Por último, chegaria ao Rio das Velhas, responsável por boa parte do abastecimento da capital. A empresa completou: “A Vale comunicou à Defesa Civil sobre a mudança do nível de alerta e uma reunião com os moradores da ZAS (Zona de Auto Salvamento) será marcada para que seja feita uma avaliação do retorno para as casas”.
O trecho da BR-356 entre Nova Lima e Itabirito passou a operar, em 21 de fevereiro, em esquema de siga-e-pare devido as condições da barragem. Somente em 16 de abril o fluxo de veículos do km 37 ao km 40 foi totalmente liberado, mas o monitoramento na rodovia continuava. Conforme a Vale, com a mudança no status da barragem, o trecho da rodovia não precisará mais da operação assistida.