Projeto de recuperação de cachoeira de Camargos é aprovado pela comunidade
Estimativa é que a obra dure três meses e esteja concluída até outubro deste ano, para que possa ser utilizada no próximo verão
O projeto executivo de recuperação da cachoeira localizada no distrito de Camargos, a 19 km do centro histórico de Mariana (MG), foi aprovado pela comunidade. As intervenções serão executadas pela Fundação Renova, como medida de reparação aos impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A cachoeira é um dos atrativos naturais do povoado e era utilizada para lazer dos moradores antes de ser atingida pela lama.
A elaboração desse projeto, que foi aprovado na sexta-feira (22/2) pela comunidade, é resultado de uma construção coletiva, a partir de encontros com a participação dos moradores em cada passo. A comunidade apresentou fotos do local e suas expectativas.
Para o presidente da Associação de Moradores do Distrito de Camargos, Adriano Márcio Dias, há uma grande expectativa para que a cachoeira volte a ser ponto de encontro e lazer da comunidade. “Estamos satisfeitos com o projeto apresentado e esperançosos pela recuperação da cachoeira. Ela é um bem de valor imensurável, faz parte da nossa cultura. Além da comunidade, outras pessoas vinham de fora para acampar e se refrescar nas águas da cachoeira”, diz o líder comunitário.
Juliana Bedoya, líder das ações de Manejo de Rejeitos da Fundação Renova, explica que a recuperação da cachoeira faz parte das ações de reparação previstas no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Ela destaca que a comunidade foi fundamental na construção coletiva desse projeto, apresentando sugestões que serão acatadas e incorporadas ao processo.
“Vamos iniciar o processo de contratação da empreiteira responsável pela execução da obra. A nossa estimativa é que a obra dure aproximadamente três meses e esteja concluída até outubro deste ano, para que a cachoeira possa ser utilizada pela comunidade no próximo verão”, diz Juliana Bedoya.
Além da remoção do rejeito, que atingiu o espelho d’água da cachoeira, a Fundação Renova implementará outras melhorias no local. Entre elas, a construção de uma área de camping, colocação de areia branca próximo ao poço, instalação de corrimão de madeira no caminho de acesso, a fim de dar mais segurança ao público, e instalação de lixeiras e banheiro, para preservação da limpeza do local. “Ao longo do processo, fomos entendendo que a cachoeira é uma referência cultural e que sua recuperação impactará positivamente no turismo. Temos eventos esportivos em Mariana que poderão incluir o distrito de Camargos no roteiro”, afirma Juliana Bedoya.
O vice-prefeito de Mariana, Newton Godoy, esteve na reunião em que a comunidade de Camargos validou o projeto de recuperação da cachoeira e diz que está ansioso pelo início das obras. “Tenho a certeza de que será um trabalho importante, de valorização da comunidade, criando condições para que as pessoas que moram no distrito possam ter o seu sustento gerado em Camargos. E que as pessoas que vêm de fora tenham um bom lugar para ficar e se divertir e ajudem a desenvolver todo o potencial de turismo, artesanal, esporte e lazer de Camargos, que é muito forte e precisa ser aproveitado”, diz o vice-prefeito.
Sobre a Fundação Renova
A Fundação é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar, com autonomia técnica, administrativa e financeira, os programas e ações de reparação e compensação socioeconômica e socioambiental para recuperar, remediar e reparar os impactos gerados a partir do rompimento da Barragem de Fundão, com transparência, legitimidade e senso de urgência. A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.