Entre apresentações artísticas exaltando os povos originários brasileiros e a defesa do meio ambiente por meio da importância da Serra de São José, que circunda a região da cidade histórica mineira, a coordenadora geral do evento, Raquel Hallak, destacou o papel transformador do cinema brasileiro.
"Nossa produção é rica, plural e audaciosa e conduz nossa imaginação até onde pode nos transformar", afirmou. A Serra de São José, elemento simbólico da cidade, foi lembrada por sua importância cultural e ambiental, que precisa ser preservada contra a exploração que ameaça seu patrimônio.
Raquel reforçou o protagonismo da Mostra de Tiradentes como espaço de encontros e fomento ao cinema contemporâneo. “Aqui é ponto de convergência entre sonhos e realidade, um retrato do cinema como imagem do nosso país”. Ela celebrou a Mostra como incubadora de talentos que renova o cenário audiovisual nacional com iniciativas voltadas à formação, exibição e difusão.
Dois atos simbólicos marcaram a abertura oficial da Mostra. O primeiro foi a assinatura de um termo de cooperação para a realização do programa Cinema sem Fronteiras, firmada pelo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Dr. Jarbas Soares Júnior, representado no evento pelo Dr. Hugo Barros de Moura Lima, e a presença de diversas autoridades, como o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, o prefeito de Tiradentes, José Antônio do Nascimento, e a secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras.
A secretária do Audiovisual Joelma Gonzaga também esteve presente e abriu oficialmente o calendário audiovisual brasileiro, celebrando as conquistas do setor. Em seu discurso, destacou as indicações ao Oscar de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, e reforçou a visibilidade e relevância internacional que o filme vem firmando para o país diante do mundo.
Tanto Joelma quanto Raquel Hallak reivindicaram a urgência de regulamentar as plataformas de streaming, uma das bandeiras do setor para 2025, com o propósito de garantir práticas justas e sustentáveis para fortalecer o ecossistema audiovisual.
A atriz Bruna Linzmeyer, homenageada desta edição, emocionou o público ao receber o Troféu Barroco das mãos de seus pais. Ela agradeceu a eles, a amigos, amores e a todas as pessoas que acreditaram em suas escolhas.
“Eu nunca sonhei ser atriz, tendo nascido numa pequena cidade do interior de Santa Catarina, mas ter vindo de lá formou meu jeito de sonhar e de estar com as pessoas", disse, comovida.
Bruna exaltou o ofício de ser atriz como um trabalho profundamente conectado às emoções e ao movimento. "Ser atriz é manter um olhar pro mundo e me deixar ser atravessada pelas histórias que outras pessoas me apresentam. E então, com o trabalho de uma equipe inteira, me tornar alguém que não sou eu, mas que é meu corpo, meus ossos, minha memória", refletiu.
A atriz também destacou o poder transformador do cinema e do trabalho coletivo por trás das câmeras, reforçando a importância de espaços como a Mostra de Tiradentes. "É um privilégio viver o cinema dessa maneira, com tanto afeto, escuta e troca. Esse ofício me ensina todos os dias sobre mim mesma e sobre o mundo".
Foto: Leo Lara / Divulgação