A Polícia Civil iniciou um mutirão para investigar aproximadamente 300 pessoas suspeitas de receber indenizações da Samarco de forma indevida em Governador Valadares, na Região do Rio Doce. Um inquérito foi aberto a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que recebeu denúncia sobre a irregularidade. Estudantes da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) vão ajudar na oitiva dos envolvidos.
A verba da mineradora é destinada a pescadores que foram prejudicados com o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015. A tragédia deixou 19 pessoas mortas e provocou a maior tragédia ambiental do país. A lama de rejeitos atingiu o Rio Doce, um dos maiores mananciais do Brasil, e desaguou no mar. Ela provocou a mortandade de peixes.
O inquérito foi aberto em setembro pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público. O órgão recebeu informações de que algumas pessoas estariam se passando por pescadores para receberem indevidamente os profissionais de pesca atingidos pela tragédia. A Delegada responsável pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações, em Governador Valadares, Juliana Fiúza, já foram identificadas cerca de 350 pessoas. Elas serão investigadas por falsidade ideológica.
Uma parceria foi feita com a Univale para tentar acelerar o inquérito. Foram cedidos pela instituição de ensino 15 estudantes e estagiários do núcleo de assistência jurídica da Universidade para auxiliarem nas oitivas. Além deles, quatro policiais civis, sendo dois escrivães, um investigador e a delegada vão participar da apuração. As ações devem seguir até a próxima terça-feira.
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