O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse nesta terça-feira, 22, que a privatização da Eletrobras permitirá redução nas contas de luz para as empresas e as famílias. Ele acredita que, nas mãos do setor privado, a empresa ficará mais eficiente e competitiva. “A Eletrobras será muito mais moderna e ágil em um cenário mais competitivo”, afirmou.
Segundo Coelho Filho, a decisão de privatizar a estatal do setor elétrico é “mais que uma decisão arrecadatória”. Pelos cálculos dele, a empresa vale, atualmente, R$ 20 bilhões. O governo está desesperado por receitas, a fim que cumprir a meta fiscal, de deficit de até R$ 159 bilhões.
A proposta de venda da Eletrobras será submetida ao conselho da estatal nesta quarta-feira, 23. Ele acredita que o processo de privatização será aprovado e seguirá o modelo vitorioso de Vale e Embraer. “A privatização terá muita importância para o setor elétrico e de infraestrutura”, afirmou o ministro, destacando que o mercado reagiu bem à notícia. As ações preferenciais (PNB) abriram o dia em alta de 19,24% e as ordinárias (ON), de 31,83%.
Para o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, os processos de reestruturação da empresa não mudarão em função da intenção do governo em desestatizar a empresa. Ele destacou que todo o calendário de ajustes na empresa com o intuito de fazer com que ela volte a registrar lucros continuará normalmente.
“O plano permitirá a empresa participar mais ativamente do processo de descotização das usinas hidrelétricas. No momento, a Eletrobras não teria condições financeiras de participar do processo, mas, com a desestatização, iremos participar”, frisou o executivo. O ministro de Minas e Energia acrescentou que, nas mãos do setor privado, a empresa deixará de ser um cabide de empregos, pois o governo, ao deixar de ser controlador, perderá o direito a indicações para cargos. “O processo é semelhante ao que aconteceu com outras empresas, como a Vale”, assinalou.
Segundo o ministro, a intenção do governo é concluir o processo de privatização da Eletrobras até o fim do primeiro semestre de 2018. “A eleição se dará normalmente no segundo semestre, e esperamos concluir o processo até a metade do ano”, disse, reforçando que a expectativa é de que a conta de luz fique mais barata. A redução nas tarifas, acrescentou, decorrerá do aumento da eficiência e da consequente redução de seus custos da estatal.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmou que o projeto nuclear e a Usina de Itaipu terão tratamento diferenciado dentro do processo de privatização da Eletrobras. “Se for entendido que o projeto nuclear não pode ser privatizado, bem como Itaipu, esses projetos serão segregados dentro do processo”, explicou. Ainda haverá debates dentro do governo sobre esses temas.