Obras de restauração do Museu Casa Alphonsus Guimaraens serão retomadas
No mês em que comemora 319 anos, a cidade de Mariana ganha mais um presente. A ordem de serviço para a retomada das obras de restauração do Museu Casa Alphonsus Guimaraens, que está fechado para visitação desde agosto de 2009. Serão restaurados pisos, paredes e forro, num procedimento que conserva as características arquitetônicas do imóvel. Também será adequada uma nova proposta museológica para o espaço.
O secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, entende o momento como próspero e otimista, uma vez que se trata de uma série de inicialização de intervenções relacionadas à estruturação da cultura mineira. “O Museu Casa de Alphonsus, fechado há seis anos, é o primeiro a entrar em obras. A Secretaria de Cultura vai retomar igualmente o Museu Mineiro para logo devolvê-lo à comunidade”, ressaltou Ângelo.
Biblioteca particular
O Museu Casa Alphonsus de Guimaraens foi inaugurado em 1986, em Mariana, na casa em que Alphonsus de Guimaraens viveu entre 1913 a 1921. Construída em fins do século XVIII, a edificação de dois pavimentos, residência típica de setores mais abastados da sociedade colonial, situa-se no centro histórico de Mariana, integrando conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan.
O acervo do museu é fruto de doações em sua maioria feitas pela família de Alphonsus Guimaraens, quando da criação da instituição. É composto por sua biblioteca particular na qual se inserem obras raras; por conjunto de fotografias; objetos referentes à vida privada, à carreira como juiz e à atividade literária, e por acervo de documentos textuais, dentre os quais se destacam artigos publicados e originais manuscritos de textos, poemas e correspondências.
Alphonsus Guimaraens
Afonso Henrique da Costa Guimaraens nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870. Estudou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo e na Escola Livre de Direito de Minas Gerais. Assumiu, em 1895, o cargo de promotor de Justiça da Comarca de Conceição do Serro, atual Conceição do Mato Dentro, e, posteriormente, o de juiz substituto.
Casou-se com Zenaide, filha do capitão João Alves de Oliveira, escrivão da Coletoria Estadual, com quem teve 15 filhos. Em 1906, nomeado juiz municipal, mudou-se para Mariana, onde permaneceu até a morte, em 1921.
Considerado um dos grandes representantes do Simbolismo no Brasil, Alphonsus de Guimaraens iniciou sua incursão no jornalismo em São Paulo, em companhia dos colegas padre Severiano de Rezende e Adolfo Araújo, fundador de "A Gazeta". Os versos de Alphonsus eram publicados em jornais da época e muitos deles constam em publicações posteriores, reunidos em livro.
Alphonsus de Guimarães publicou crônicas e poesias em jornais e revistas, entre os quais se destacam: "Diário Mercantil" (São Paulo), "Comércio de São Paulo", "Correio Paulistano", "O Estado de S. Paulo", "A Gazeta" (São Paulo), "O Germinal" (Mariana), "O Conceição do Serro" (Jornal Político), "Revista Fonfon" (Rio de janeiro), "Jornal do Comércio" (Juiz de Fora), "O Alfinete" (Mariana).
Constam na bibliografia de Alphonsus de Guimaraens, "Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente" (1899); "Dona Mística" (1899); “Kiriale” (1902); “Mendigos” (1920); “Pauvre Lyre” (1921); "Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte" (1923); "Poesias" (1938); "Poesias" (1955); "Poesias" (1958); "Cantos de amor, salmos e preces" (1972); "Os Melhores Poemas de Alphonsus de Guimaraens" ( 1985); "Alphonsus de Guimaraens - Poesia Completa" (2001).
FOTO: DIVULGAÇÃO | PREFEITURA DE MARIANA