Moradores participaram ativamente de discussões sobre a realidade de Mariana
Mulheres e homens. Jovens, adultos e idosos. Estudantes e lideranças. Cidadãos das mais diversas classes sociais. A representatividade é a principal marca das Oficinas de Leitura Comunitária realizadas nos dez distritos e na sede municipal entre os dias 22 de outubro e 1º de novembro. O resultado de toda essa mobilização da população para discutir a realidade do local onde vive foi um trabalho de muita qualidade e que vai auxiliar, por meio dos mais de 1280 pontos destacados, na construção do Diagnóstico Integrado que orientará o processo de revisão do Plano Diretor e elaboração do Plano de Mobilidade de Mariana.
Durante oito dias as equipes do projeto percorreram mais de 500 km para encontrar pessoas que queriam falar sobre temas importantes como água e saneamento, meio ambiente, desenvolvimento econômico, habitação, patrimônio e mobilidade, entre outros assuntos. Ao todo foram mais de 45 horas de reuniões, que surpreenderam os mais de 400 participantes pelo seu formato. “Eu vim achando que fosse ouvir, não é comum nessas reuniões termos espaço para opinar e debater. A comunidade pôde falar das melhorias que quer para a região”, destacou Gislene Aparecida dos Santos, moradora da comunidade quilombola de Santa Efigênia, que fica na região de Furquim. “Foi possível ser colocado nosso ponto de vista sobre as nossas necessidades, carências e o que podemos oferecer para o crescimento de Mariana”, completou Mara Lúcia Carvalho Rocha, moradora do distrito de Passagem.
Para a coordenadora do projeto, a arquiteta Mônica Bedê, o resultado foi muito positivo justamente por vir daqueles que conhecem suas próprias demandas. “O material foi bastante rico e representativo. Quem participou o fez de forma profunda, intensa e sincera, o que tornou o trabalho muito construtivo”, ressaltou. A arquiteta destaca ainda uma sensação presente sempre ao final de cada encontro: “Em todos os lugares houve o sentimento de gratidão, tanto por parte da equipe quanto da comunidade. Todos gostaram muito!”.
Metodologia
Durante as oficinas os participantes foram divididos em grupos temáticos e estimulados a falar sobre a realidade local dentro de cada tema proposto. Os pontos positivos e os que precisam ser melhorados foram registrados em cartelas e, quando necessário, identificados em mapas. “É a primeira vez que tem uma reunião como essa. A ideia de dividir em grupos contribuiu para que todos pudéssemos nos sentir à vontade para falar”, elogiou a estudante de pedagogia e moradora de Furquim, Naíra Francisca Rosário Silva.
Todo o conteúdo produzido durante as Oficinas será processado e transformado na Leitura Comunitária, que, junto com a Leitura Técnica (realizada pela equipe do projeto), formará o Diagnóstico Integrado. É esse documento que servirá como base para definição das diretrizes que deverão orientar o desenvolvimento de todo o Município nos próximos dez anos.
Foto: Furquim / Divulgação