Otto Levy, Secretário de Planejamento e Gestão, explicou a situação durante sabatina na Assembleia Legislativa.
Otto Levy, secretário de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, acredita que a venda de ações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pode render mais de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. O tema surgiu durante sabatina da qual ele participou, na última segunda-feira (14), na Assembleia Legislativa do estado. Na conversa com os deputados, a conta estimada partiu de um valor contábil dos ativos da empresa (o chamado book value, na expressão inglesa), que ele citou em R$ 4 bilhões arredondados.
Otto Levy chegou à cifra total informada ao Legislativo mineiro, segundo o secretário, quando se considera o valor adicional que o governo de Minas vai auferir com a venda das ações ordinárias da companhia (os papéis CMIG3, com direito a voto), das quais detém 51%. A participação do Estado no capital total da concessionária é de 17%.
O governo mineiro detém também ações preferenciais da Cemig, os papéis CMIG4, sem direito a voto. Ele observou: “Quando você tem um controle das ações, você tem uma coisa que se chama prêmio de controle, e isso tem valor. Eu acredito que pode superar os R$ 10 bilhões (se vender o controle). Isso é uma opinião minha, como operador do mercado, como investidor”.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, considera que a companhia de economia mista é um “entrave” para o desenvolvimento de Minas Gerais e estuda o melhor momento para enviar à Assembleia um projeto de lei prevendo a privatização da companhia. A empresa tem dívida de R$ 6 bilhões, média de gasto anual de R$ 222 mil com cada funcionário e folha de aposentados e pensionistas que corresponde a praticamente o dobro dos ativos, de acordo com relatório da própria Cemig.
Outra justificativa enfatizada por Otto Levy para que o estado venda sua participação acionária na Cemig é que em 2023 vencerão as concessões das usinas, o que deve levar os ativos a leilão pelo Governo Federal. Assim, a companhia precisará de recursos financeiros para tentar manter as outorgas, individualmente ou por meio de consórcios de investidores. Otto finalizou: “Alerto que, em 2023, as usinas vão vencer, as de geração. E a Cemig vai ter que dispor de dinheiro. Isso são pontos que têm que ser levados no momento certo e que vamos discutir com a Assembleia”.
Foto: Sede da CEMIG - Divulgação / Marcos Campos