O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), lançou, nesta quinta-feira (23/06), o “Edital Minas para Minas: Minas para o Mundo”, que vai destinar R$ 5 milhões em recursos para incentivar o Turismo e a Cultura em diferentes regiões do estado. O anúncio foi feito pelo governador Romeu Zema durante o evento de lançamento do seminário "Destinos de Minas'', em Varginha, no Sul de Minas, que contou também com a presença do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
Ainda no seminário, que vai debater pleitos e projetos para o desenvolvimento turístico e cultural desta região do estado de maneira sustentável, o governador assinou o despacho para criação do Fórum de Turismo Náutico. O objetivo é fomentar o turismo na região do Mar de Minas - Lago de Furnas. O chefe do executivo também recebeu uma carta da Empresa de Desenvolvimento Regional do Sul de Minas (Edersul) pedindo apoio para as demandas do setor.
"Temos como meta no nosso governo incentivar e promover o turismo em Minas. Já temos várias ações em andamento que já surtiram efeito. Em 2022, somos o estado brasileiro, excluindo o Ceará, onde a atividade turística mais cresceu. E isso sem ter praias, que são um grande atrativo. Mas temos muitas cidades históricas, montanhas, parques naturais e lagos, como o de Furnas, que é o Mar de Minas. É uma região que precisa ser mais divulgada e estamos aqui anunciando mais uma ação neste sentido, para mostrarmos o quanto Minas Gerais tem potencial na atração turística. E vale lembrar também que o turismo gera emprego e renda", disse.
Edital Minas para Minas: Minas para o Mundo
O edital lançado prevê o investimento de R$ 5 milhões em 49 projetos espalhados pelo estado, divididos em quatro programas: o Mar de Minas, Via Liberdade, Região Metropolitana de Belo Horizonte e “Gerais + Minas”. A publicação do edital deve ser feita nesta sexta-feira (24/06). As inscrições estarão abertas entre 30/06 e 24/07.
O valor de R$ 1 milhão será destinado para o Mar de Minas para aplicação em dez projetos, como ações de marketing e publicidade, compra de equipamentos, capacitação de pessoal e elaboração de roteiro turístico para municípios do circuito do Lago de Furnas.
O objetivo da ação é valorizar a mineiridade, o turismo cultural, de natureza, a cozinha mineira e o turismo rural, com investimentos que potencializam o turismo de Minas, aumentando o número de visitantes, gerando emprego e renda.
O secretário de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, explicou que outros investimentos estarão disponíveis aos municípios. "Temos ainda cinco linhas de crédito do BDMG, de 300 milhões, que o governador aprovou a poucos dias e que estará disponível para os municípios, em especial para instalação de píer, modernização e urbanização dos nossos lagos", disse.
Fórum de Turismo Náutico
Na oportunidade, o governador assinou o despacho determinando à Secult que adote as providências necessárias para instituir o Fórum de Turismo Náutico, que visa o desenvolvimento de iniciativas para fomentar as atividades turísticas e a qualificação dos agentes de turismo no estado, em regiões banhadas por lagos e rios.
O fórum é o primeiro passo para que aconteça a atualização ou implementação de leis, regulamentação e documentação orientadora ao Turismo Náutico no estado. "Este é um momento importante, pois temos umas das maiores frotas náuticas do país em nosso estado. Com essa ação e com a união dos municípios, seguiremos trabalhando firme para manter Minas Gerais na dianteira do turismo no país", explicou o secretário de Estado de Cultura e Turismo.
Carta de Furnas
Por fim, o governador recebeu ainda uma carta da Edersul pedindo apoio para as questões e demandas do setor. Dentre elas, a prorrogação em dois anos da resolução da Agência Nacional de Águas (ANA), que limitava a saída de água dos Lagos de Furnas e Peixoto.
Também foi solicitada a criação de Grupo de Desenvolvimento Técnico para apoiar as ações político-institucionais para modernização de outorgas e viabilização do uso múltiplo das águas e preservação das cotas mínimas.
O grupo solicita também medidas conjuntas para contratação das obras para a conclusão do derrocamento do Pedral do Avanhandava, no Estado de São Paulo, que vão viabilizar o transporte na hidrovia Tietê-Paraná. Com isso, não haverá a necessidade de retirada adicional de vazão dos lagos de Furnas e Peixoto para esta finalidade. A carta foi recebida pelo governador e destinada para as secretarias responsáveis para providências.
Ações do governo
O Governo de Minas apoia o estabelecimento do limite mínimo para os Lagos de Furnas e Peixoto. O governador e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) enviaram ofícios conjuntos à ANA, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ministério de Minas e Energia (MME), relativos ao cumprimento das cotas mínimas conforme determina a Emenda Constitucional 106.
Promulgada em dezembro de 2020 pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a emenda inclui os reservatórios dos Lagos de Furnas e de Peixoto entre as unidades tombadas para fins de conservação. O documento também estabelece o limite do reservatório de Furnas em 762 metros acima do nível do mar e de Peixoto em 663 metros para assegurar o uso múltiplo das águas para o desenvolvimento do turismo, agricultura e piscicultura.
O governador esteve em Brasília, na ANA, Ministério de Minas e Energia e em Furnas para defender a medida. Em setembro de 2021, o Governo de Minas, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), anunciou o início do processo administrativo de tombamento do Lago de Furnas e Peixoto, que está em processo de estudos.
"Temos lutado também pela cota 762 do lago de Furnas que é importantíssimo. Há uma série de dificuldades, porque o rio Grande e a represa de Furnas não são de propriedade do estado. Se fossem, esse problema estaria resolvido. Mas isso depende de outras regulações. Eu sempre tenho cobrado de todas as instituições que a cota seja cumprida. Estamos nessa luta para que Furnas tenha esse nível satisfatório para a atividade turística. Não adianta o estado fazer todo esse esforço e a água recuar para um patamar onde essas atividades ficam inviáveis", finalizou o governador Romeu Zema.
Foto: Cristiano Machado / Divulgação