A partir da escuta de diversos setores produtivos do agronegócio, Minas cria políticas públicas amplas com eficiência e visão de futuro. Em 2021, o Conselho Estadual de Políticas Agrícolas (Cepa), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), atingiu o marco inédito de 42 reuniões ordinárias entre as suas 19 Câmaras Técnicas (CTs).
"A cada ano da presente gestão, a gente vem conseguindo melhorar os resultados", afirma a coordenadora-geral do Núcleo de Gestão de Conselhos (Nucon) da Seapa e secretária executiva do Cepa, Cristina Fontes.
Criado em 1994 e instituído em 2003, o Cepa é propositivo e deliberativo. Em linhas gerais, o Conselho assegura a participação dos agentes de produção e da sociedade civil nas decisões governamentais, uma vez que as CTs têm, enquanto coordenação, representantes de instituições dos setores produtivos. Os objetivos centrais são a formulação do planejamento e da execução da política rural, com foco nos interesses coletivos.
A secretária executiva do Cepa ressalta ainda uma diferente dinâmica relevante neste ano. Em todas as dezenas de reuniões das câmaras foram discutidas proposições que foram apresentadas em plenário do Cepa, realizado neste mês. Destas propostas, será elaborado um documento a ser encaminhado para o governador Romeu Zema. Uma nova reunião, em abril de 2022, já está agendada para avaliação dos encaminhamentos.
O último plenário do ano contou ainda com a presença da coordenadora-geral de Mudança do Clima e Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, Fernanda Garcia Sampaio. A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, atualmente cedida ao órgão federal, realizou uma exposição sobre os compromissos e as oportunidades para o setor agropecuário brasileiro, debatidos durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), em novembro, na Escócia.
Avanços
Até 2019, o Cepa era constituído por CTs temáticas, compreendendo: aquacultura; avicultura; bovinocultura de corte; bovinocultura de leite; cachaça de alambique; café; defesa agropecuária; equideocultura; floricultura; fruticultura; grãos; mel e produtos das abelhas; olericultura; ovino/caprinocultura; pesca profissional e artesanal; seguro e crédito rural; silvicultura e suinocultura. Em 2020, foi instituída a 19ª Câmara Técnica, que trata sobre agricultura sustentável e irrigação.
Outro exemplo de avanço, que partiu dos encontros setoriais, é o Hub MG Agro, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede). Nos últimos 12 meses, o programa, que incentiva a inovação tecnológica no agronegócio, promoveu um total de 16 eventos on-line, com a participação de produtores rurais, agroindustriais e entidades representativas, conectando-os a pesquisadores e startups.
Os hubs, que surgiram de demandas por soluções tecnológicas ouvidas nas Câmaras Técnicas, envolveram os setores da cafeicultura, lácteo, produtores de palma, avicultores, fruticultores, suinocultores, algodoeiro e agropecuário em geral, em torno dos temas de comercialização e exportação dos produtos mineiros. Seis dessas ações foram ciclos completos de inovação aberta, com duração média de três a seis meses.
No mesmo sentido, o III Seminário Mineiro da Cachaça reuniu, em novembro, representantes da cadeia produtiva e comercial do destilado com participação expressiva. Promovido pela Seapa, o evento apresentou tendências de mercado e consumo, exportação, entre outros assuntos. Transmitido ao vivo pelo canal do Youtube da Secretaria de Agricultura, o evento virtual registrou aproximadamente 250 inscritos e mais de mil visualizações em quatro dias de debates.
Informação qualificada
Mas os casos de sucesso e expansão vão além dos números. Dentre os casos de destaque, em 2021, que surgiram das discussões e parcerias firmadas nas reuniões setoriais do Conselho, está a criação da Plataforma de Ensino a Distância Semear, lançada em outubro, que oferece cursos com aulas on-line gravadas e em tempo real e também em formato híbrido, mesclando trocas virtuais e presenciais para os mais diversos setores produtivos e profissionais do agronegócio mineiro.
Mais recentemente, em dezembro, a Secretaria de Agricultura lançou a cartilha “Mel e outros Produtos da Colmeia”, tendo esta como público-alvo os consumidores da apicultura. A ideia é informar, tirar dúvidas e popularizar o conhecimento sobre os produtos apícolas, para garantir o consumo de alimentos puros e saudáveis. A publicação está disponível para download gratuito no site da Seapa neste link.
Vale lembrar que Minas é o único estado brasileiro produtor da própolis verde, de alecrim. Por isso, dentre as próximas metas do setor, está a implementação do selo de Indicação Geográfica do produto, de forma a agregar cada vez mais valor à produção genuinamente mineira.
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