Crônica
E não é que, conforme escreveu Platão (Protágoras), o objeto deste Concurso Literário foi uma das enviadas por Zeus à Terra, quando senhor do Olimpo compadeceu-se do caos em que viviam os mortais, após terem recebido o fogo que Prometeu roubara de Hefesto?
É que, muito antes de Ulisses ter saqueado a sua primeira cidade, Pudor, a divindade que representa a dignidade humana, e Dice, a deusa da Justiça, tiveram que baixar a este vale de lágrimas a fim de pelejarem pela nossa educação.
Em outras palavras, nas do Detentor da Égide, aqueles valores supremos devem ser distribuídos aos homens igualmente, “pois as cidades não poderão subsistir, se o pudor e a justiça foram privilégio de poucos”.
Nesse sentido, eu pergunto: Sendo esse valor universal, qual a porcentagem de seres humanos que podem afirmar verem a sua dignidade respeitada?
O conjunto é amplo demais? Não tem problema. Vou reduzi-lo
Que tal?... o nosso amado Brasil? Pois bem, refaço a pergunta: Quantos de nós, brasileiros, podemos afirmar vermos realmente respeitada a nossa integridade?
Pois é, amigo leitor, não basta termos erigido a dignidade humana a núcleo essencial dos direitos fundamentais, como quis a nossa Constituição Federal de 1988, pois, como bem vaticinou Camilo Castelo Branco, “A dignidade, quando a paixão lhe sái do rosto, agacha-se, e deixa-se sovar aos pés,...”
Só que eu não quero ver sovada a minha dignidade; nem a dos meus irmãos em Humanidade!
Daí que conclamo o povo brasileiro a nos imbuirmos da paixão a que se referiu o poeta, a fim de lutarmos, cada qual no meio em que melhor atua, para que a dignidade humana seja estendida para todo o território nacional; e deste, para o mundo inteiro!
Eu lutarei por meio da literatura.
E você, leitor amigo, de que modo nos ajudará?