O Governo de Minas apresentou, nesta quarta-feira (24/02), o novo protocolo de saúde para a volta às aulas presenciais no estado. O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que a reabertura das escolas não precisa estar condicionada à vacinação dos profissionais ligados à educação.
Amaral comparou os professores aos profissionais de saúde, que precisaram trabalhar para prestar assistência aos infectados pela COVID-19. “Vacinar os professores é importante, eles são prioridade, mas não vejo condicionamento entre retorno às aulas e vacinação de professores, assim como eu não vi condicionamento da assistência à saúde com a vacinação dos profissionais de saúde”, disse o secretário.
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa no fim desta tarde. Amaral disse que o grupo de estudo que elaborou os protocolos usou como base outros países, como Austrália, Inglaterra, Estados Unidos e Israel. Segundo ele, a experiência de funcionamento das escolas durante a pandemia mostram que a infecção em ambiente escolar é incomum.
"Acompanhamos vários estudos feitos no mundo e, além disso, outros estados também estão retornando. Transmissão dentro das escolas, levando em conta a característica que são jovens, têm risco de transmissão secundária. Acompanhando os casos internacionais podemos dizer que as escolas não são únicas responsáveis pela contaminação", explicou Amaral.
A volta às aulas presenciais será permitida a partir de 1º de março aos municípios que estiverem nas ondas verde e amarela do Minas Consciente, plano do Governo de Minas para a retomada das atividades.
Na rede estadual de ensino, a volta será no dia 8 de março, a princípio, ainda restrita ao modelo remoto, em razão de decisão judicial em caráter liminar que impede o retorno de forma presencial.
A secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, informou que os primeiros a voltarem para o modelo presencial devem ser as crianças consideradas de “anos iniciais”, que vão até o 6º ano. “Os protocolos serão revistos a cada 14 dias, quando será analisada a possibilidade de inclusão de novas faixas etárias no sistema presencial”, disse.
Julia garantiu que o estado tem acompanhado a reabertura de escolas em municípios que não estão enquadrados no Minas Consciente. “É importante que, se os municípios abrirem as escolas, mesmo que não estejam no plano de flexibilização, usem os protocolos elaborados pelo Grupo de Estudo do governo. Sabemos que assim muitos municípios darão uma resposta mais segura com o protocolo”, defende.
“É importante que usem como referência o protocolo do ponto de vista sanitário. É completo e está cumprindo os parâmetros”, reforçou o secretário de Saúde.
Os médicos que integram o grupo de tomada das decisões também participaram da coletiva de imprensa. Para Rodrigo Carneiro, presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil de Minas Gerais, a reabertura dos portões escolares é questão de urgência.
“A escola é um espaço de convivência. Temos que proteger a infância do nosso país. Se continuarmos com as crianças trancadas em casa, podemos comprometer toda uma geração”, afirmou o médico. “Quando as crianças não estão na escola, estão em situações de vulnerabilidade. O isolamento se estendeu muito, a ponto de eu considerar a urgência da volta da socialização dessas crianças mais novas”, acrescentou.
Carolina Capuruçu, médica, pediatra e integrante da Sociedade Mineira de Pediatria, também defende a troca presencial entre professor e aluno. “Não são as crianças os grandes disseminadores do vírus. Estamos dispostos a encontrar esse retorno seguro para toda comunidade escolar”, disse.
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