Iniciativa que envolve tecnologia para dessalinização hídrica no semiárido vai beneficiar cerca de 28 mil pessoas em MG
O Programa Água Doce (PAD), iniciativa que prevê a instalação de dessalinizadores de água em 69 localidades rurais do semiárido mineiro, realizou na última semana a entrega dos primeiros diagnósticos socioambientais no estado.
Os relatórios atendem 22 comunidades nos municípios de Espinosa e Monte Azul, na região Norte do estado. No total, serão entregues 279 diagnósticos até o final do ano. Utilizada em regiões onde a água doce é escassa ou de difícil acesso, a tecnologia deverá beneficiar cerca de 28 mil pessoas em Minas Gerais.
Desenvolvido pelo governo federal, o PAD conta com coordenação estadual da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Gabinete Militar do Governador por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (GMG/Cedec), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).
Serão investidos R$ 15,4 milhões na implementação do programa, sendo R$ 13,9 milhões repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e R$ 1,5 milhão como contrapartida do Estado.
Próxima fase
Concluída a fase de diagnósticos socioambientais, serão definidas 138 comunidades para a próxima etapa do programa, composta por testes de vazão e análise físico-química e bacteriológica da água presente nos poços artesianos identificados em cada localidade. Por fim, serão executados 69 projetos nas comunidades selecionadas, que deverão contar com aglomeração mínima de 20 famílias em um raio de 1 quilômetro do sistema de dessanilização instalado, energia elétrica e água comprovadamente salina ou salobra em seu subsolo; critérios estabelecidos pelo MDR para participação no programa.
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, explica que, durante a fase de diagnóstico, estão sendo aplicados critérios técnicos bastante detalhados para que, iniciada a execução das obras, sejam atendidas as comunidades com maior déficit de recursos hídricos e melhor adaptadas para receber as estações de dessalinização. “O Programa Água Doce é mais que um programa de recursos hídricos, é um programa de inclusão social. Prover água para as pessoas no semiárido é garantir qualidade de vida e capacidade de produção”, avalia.
Até o momento, já foram realizados 93 diagnósticos socioambientais pelas equipes de campo do PAD em Minas Gerais, com o cadastramento de 144 poços tubulares nos sistemas estadual e nacional do programa. O início das obras de intervenção para recuperação de poços e construção das estações de dessalinização de água nas 69 comunidades selecionadas está previsto para o primeiro semestre de 2021. Cada estação será capaz de gerar água de qualidade para o consumo humano de 400 pessoas por dia.
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