De 3,4 milhões de empresas em funcionamento, na segunda quinzena de agosto, 33,5% perceberam impactos negativos decorrentes da pandemia em suas atividades. Na quinzena anterior, eram 38,6%. Mas para 37,9%, o impacto foi pequeno ou inexistente; e, para 28,6%, o efeito foi positivo.
A melhora na percepção atinge todos os portes de empresa, que sinalizaram maior incidência de efeitos pequenos ou inexistentes na quinzena do que impactos negativos. Isso fica evidenciado nas empresas de maior porte (52,6%) e de porte intermediário (43,3%) mas também entre as de pequeno porte (37,8%). Já as que mais perceberam efeitos positivos são as de porte intermediário (33,8%).
Os dados são da última edição da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid19 nas Empresas, divulgados nesta quinta-feira, (01), pelo IBGE. Flávio Magheli, coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas, destaca que a Pulso inicialmente procurou avaliar a situação das empresas em relação ao período pré-pandemia e depois acompanhá-las ao longo dos últimos três meses.
“Num primeiro momento, percebemos impactos negativos correlacionados à demanda – vendas, produção e atendimento – devido ao fechamento das lojas e ao isolamento social. E, num segundo momento, o que passou a prevalecer foram os pontos relacionados à oferta e à cadeia de suprimentos, devido às dificuldades de acessar fornecedores”, analisa Magheli.
Segundo o pesquisador, verificou-se um processo de retomada gradual das atividades, influenciado pela abertura e flexibilização das ações de proteção nos estados e municípios. Com isso, as empresas foram percebendo os impactos cada vez menos negativos. “Mas os municípios tiveram ações diferenciadas e, apesar de avançarem no movimento de abertura, muitos ainda operam com controles e restrições de horário ou capacidade”, explica o coordenador.
Entre as atividades, assim como na quinzena anterior, as empresas de construção (40,0%) e do comércio (36,0%) reportaram as maiores incidências de efeitos negativos na quinzena. Por outro lado, nas empresas industriais, 40,3% reportaram impactos pequenos ou inexistentes e no setor de serviços, a incidência foi de 43,2%, com destaque para os segmentos de serviços de informação e comunicação (68,7%) e serviços de transporte (48,8%).
“Do ponto de vista setorial, no início da pesquisa, há uma incidência forte de dificuldades na indústria, na construção, nos serviços e principalmente no comércio, devido à grande dependência dos pequenos comércios em relação às lojas físicas. Ao longo desses três meses, ocorreu uma retomada gradual, mas no final de agosto 33,5% das empresas ainda sinalizam algum grau de dificuldade”, diz Magheli.
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