Como forma de fortalecer o cooperativismo e associativismo, a Fundação Renova desenvolveu o projeto de desenvolvimento de Empreendimentos de Base Solidária (EBS) nos municípios impactados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.
Em Minas Gerais, entidades que atuam nos municípios de Mariana, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz dos Escalvado, Aimorés, Itueta, Resplendor e em Pedra Corrida, distrito de Periquito, estão sendo beneficiadas com o projeto que visa promover, avaliar, implantar, desenvolver, acompanhar e fortalecer EBS, associações e cooperativas, nos diversos segmentos da economia.
Ao todo, 12 entidades participam do projeto. São elas: Associação de Catadores Unidos de Resplendor, Associação de Mulheres Artesãs de Itueta, Grupo Rega (Resplendor), Arte da Terra (Aimorés), Associação Hortifrutigranjeiros de Bento Rodrigues (Mariana); Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Mariana, Cooperativa de Produtores de Leite (Mariana), Associação de Pesca do Rio Doce (Rio Doce), Associação de Pesca (Periquito), Grupo Florestinha (Rio Doce), Cooperativa Mista de Trabalho, Produção e Agropecuária de Nova Soberbo (Santa Cruz do Escalvado) e Cooperativa Agropecuária de Barra Longa.
O projeto da Fundação Renova, em parceria com a DVF e PLAN Consultorias, foi iniciado em março de 2019 e tem duração de dois anos. Serão realizadas 1.760 horas de consultoria, sendo 160 horas/mês. Neste momento de pandemia da Covid-19, o trabalho com essas entidades é realizado por meio de consultorias on-line.
“Os grupos recebem todo o acompanhamento da consultoria para desenvolverem ainda mais seus negócios nos territórios impactados. E uma alternativa encontrada para a continuidade das atividades nesse período de pandemia do coronavírus foi o atendimento remoto, por meio de consultorias on-line”, diz Kadio Serge Aristide, analista do programa de Economia e Inovação.
Ao final do trabalho, cada entidade apresentará um plano de negócios, que consiste em um retrato do mercado como base para estruturar os objetivos e identificar os caminhos que devem ser seguidos pelo empreendedor, a fim de diminuir riscos e incertezas da atividade.
“A elaboração do plano de negócio e a formalização como associações, no caso de não formalizados, são as ações que os grupos mais anseiam, para que possam aprender a enxergar novas oportunidades e aproveitá-las para realizarem parcerias e negócios”, afirma a consultora Nayana Martins, da DFV Consultoria.
Dados de cooperativismo
O cooperativismo e associativismo são atividades que têm crescido a cada ano no Brasil, gerando oportunidades em diversos setores da economia, principalmente em momentos de crises. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a empregabilidade brasileira, no período de 2014 a 2018, cresceu 5%. Nesse mesmo período, os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2019 apontam um crescimento de cerca de 18% de postos de trabalho.
No país, de acordo com o Anuário, cerca de 50 milhões de brasileiros têm no cooperativismo, seja direta ou indiretamente, uma fonte de trabalho e de renda. Em Minas Gerais, são cerca de 1,7 milhão de associados a 771 cooperativas registradas.
O retorno das cooperativas brasileiras à sociedade em 2018 chegou a R$ 16 bilhões, entre tributos e impostos e pagamento de salários e outros benefícios garantidos aos colaboradores. Já o associativismo, segundo o IBGE, tem participação oficial de 1,4% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o que representa uma contribuição de R$ 32 bilhões.
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