Nesta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou o aumento do número de beneficiários do Bolsa Família pelo remanejamento de recursos da Previdência para pagar o 13° salário do programa.
Ao sair do Palácio da Alvorada, ele disse que: "Vocês estão loucos para que eu desse um corte no Bolsa Família. Deve ser isso. Atendemos o Bolsa Família. Deve ter havido remanejamento, tudo de forma legal, sem problema nenhum".
Apesar da declaração do presidente, a cobertura do Bolsa Família segue caindo na gestão Bolsonaro. Em dezembro, foi a menor do ano passado: 13,1 milhões de famílias atendidas.
O presidente reconheceu que há falta de recursos para pagar o benefício, que foi promessa sua de campanha, e culpou o ingresso de novos beneficiários. Para conseguir pagar a 13ª parcela aos beneficiários do Bolsa Família, o governo teve de usar parte da verba que estava prevista para aposentadorias e pensões.
Em mais um capítulo dos problemas enfrentados sob comando de Jair Bolsonaro, o programa social precisou de dinheiro às pressas para evitar que famílias ficassem desamparadas. Foi necessário remanejar o orçamento no fim de 2019 e, assim, retirar recursos de outras áreas.
Sem o aumento dos repasses ao programa, cerca de 1 milhão de famílias poderiam ficar fora da cobertura em dezembro, que incluiu também a 13ª parcela.
Até parte do dinheiro que estava reservada para a Previdência Social foi alvo do corte. O Ministério da Economia confirmou o remanejamento dos recursos.
O governo considerou que gastaria menos com benefícios previdenciários em 2019 por causa do combate às fraudes, mas também em razão do atraso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para responder aos pedidos de aposentadorias e pensões.
Essa demora vem prejudicando idosos que aguardam uma reposta do INSS. Com esse represamento na análise, houve uma folga no orçamento da Previdência.
A queda na cobertura do Bolsa Família tem sido provocada artificialmente. Como publicou a Folha, o governo passou a controlar a inclusão de beneficiários no programa, cujo objetivo é reduzir a desigualdade no país, por causa da falta de dinheiro. Cerca de 700 mil famílias pediram o auxílio ao governo e aguardam na fila de espera.
O Bolsa Família atende pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 mensais, e pobreza, com renda entre R$ 89,01 e R$ 178 por mês. O benefício médio é de R$ 191,08.
Foto: Bolsonaro / Comunicação Presidência